151. Quais são as circunstâncias agravantes que tornam alguns
pecados mais odiosos do que outros?
Alguns pecados se tornam mais agravantes:
1º – Em razão dos ofensores, se forem pessoas de idade mais madura, de
maior experiência ou graça; se forem eminentes pela vida cristã, dons, posição,
ofícios, se forem guias para outros e pessoas cujo exemplo será, provavelmente,
seguido por outros.
Jr 2.8; 1Rs 11.9; 2Sm 12.14; 1Co 5.1; Tg 12.47; Jo 3.10; 2Sm 12.7-9; Ez 8.11,
12; Rm 2.21, 22, 24; Gl 2.14.
2º – Em razão das pessoas ofendidas, se as ofensas forem diretamente
contra Deus, seus atributos e culto, contra Cristo e sua graça; contra o Espírito
Santo, seu testemunho e operações; contra superiores, pessoas eminentes e
aqueles a quem estamos especialmente relacionados e a quem devemos favores;
contra os santos, especialmente contra os irmãos fracos; contra as suas almas
ou as de quaisquer outros, e contra o bem geral de todos ou de muitos.
1Jo 5.10; Mt 21.38, 39; 1Sm 2.25; Rm 2.4; Mt 1.14; 1Co 10.21, 22; Jo 3.18, 36;
Hb 6.4-6; Hb 10.29; Mt 12.31, 32; Ef 4.30; Nm 12.8; Pv 30.17; Zc 2.8; 1Co 8.11,
12; 1Ts 2.15, 16; Mt 23.34-38.
3º – Pela sua natureza e qualidade de ofensa, se for contra a letra
expressa da lei, se violar muitos mandamentos, se contiver em si muitos
pecados; se for concebida não só no coração, mas manifestar-se em palavras e
ações, escandalizar a outrem e não admitir reparo algum; se for contra os meios,
misericórdias, juízos, luz da natureza, convicção da consciência, admoestação
pública ou particular, censuras da igreja, punições civis; se for contra as nossas
orações, propósitos, promessas, votos, pactos, obrigações a Deus ou aos
homens; se for feita deliberada, voluntária, presunçosa, imprudente, jactanciosa,
maliciosa, freqüente, e obstinadamente, com displicência, persistência,
reincidência, depois do arrependimento.
Ez 20.12, 13; Cl 3.5; Mq 2.1, 2; Rm 2.23, 24; Pv 6.32-35; Mt 11.21-24; Dt 32.6;
Jr 5.13; Rm 1.20, 21; Pv 29.1; Rm 13.1-5; Sl 78.34, 36, 37; Jr 42.20-22; Sl 36.4;
Nm 15.30; Ez 35.5, 6; Nm 14.22, 23; Zc 7.11, 12; Pv 2.14; Jr 9.3, 5; 2Pe 2.20,
21; Hb 6.4, 6.
4º – Pelas circunstâncias de tempo e de lugar, se for no dia do Senhor ou
em outros tempos de culto divino, imediatamente antes, depois destes ou de
outros auxílios para prevenção ou remédio contra tais quedas; se em público ou
em presença de outros que são capazes de ser provocados ou contaminados por
essas transgressões.
Is 22.12-14; Jr 7.10, 11; Ez 23.38; Is 58.3, 4; 1Co 11.20, 21; Pv 7.14, 15; Ne
9.13-16; Is 3.9; 1Sm 2.22-24.
152. O que cada pecado merece da parte de Deus?
Todo pecado, até o menor, sendo contra a soberania, bondade, santidade de
Deus, e contra a sua justa lei, merece a sua ira e maldição, nesta vida e na
vindoura, e não pode ser expiado, senão pelo sangue de Cristo.
Tg 2.10, 11; Ml 1.14; Dt 32.6; Hc 1.13; 1Pe 1.15, 16; Lv 11.45; 1Jo 3.4; Gl 3.10;
Ef 5.6; Pv 13.21; Mt 25.41; Rm 6.21, 23; Hb 9.22; 1Jo 1.7; 1Pe 1.18, 19.
153. Que exige Deus de nós para que possamos escapar à sua ira e
maldição, em que incorremos pela transgressão da lei?
Para escaparmos à ira e maldição de Deus, em que incorremos pela transgressão
da lei, ele exige de nós o arrependimento para com Deus, a fé em nosso Senhor
Jesus Cristo e o uso diligente de todos os meios exteriores pelos quais Cristo nos
comunica os benefícios de sua mediação.
At 20.21; Mc 1.15; Jo 3.18.
Vejam-se os textos citados sob a questão 154.
154. Quais são os meios exteriores pelos quais Cristo nos comunica os
benefícios de sua mediação?
Os meios exteriores e ordinários, pelos quais Cristo comunica à sua Igreja os
benefícios de sua mediação, são todas as suas ordenanças, especialmente a
Palavra, os Sacramentos e a Oração; todas essas ordenanças se tornam eficazes
aos eleitos em sua salvação.
Mt 28.19-20; At 2.42, 46; 1Tm 4.16; 1Co 1.21; Ef 5.19, 20; Ef 6.17, 18.
155. Como a palavra se torna eficaz para a salvação?
O Espírito de Deus torna a leitura, e especialmente a pregação da palavra, um
meio eficaz para iluminar, convencer e humilhar os pecadores; para lhes tirar
toda confiança em si mesmos e os atrair a Cristo, para os conformar à sua
imagem e os sujeitar à sua vontade; para os fortalecer contra as tentações e
corrupções; para os edificar na graça e estabelecer os seus corações em
santidade e conforto, mediante a fé para a salvação.
Jr 23.28, 29; Hb 4.12; At 17.11, 12; At 26.18; At 2.37, 41; 2Co 3.18; 2Co 10.4,
5; Rm 6.17; Sl 19.11; Cl 1.28; Ef 6.16, 17; Mt 4.7, 10; Ef 4.11, 12; 2Tm 3.15-17;
Rm 16.25; 1Ts 3.2, 13; Rm 10.14-17.
156. A palavra de Deus deve ser lida por todos?
Embora não seja permitido a todos lerem a Palavra publicamente à congregação,
contudo os homens de todas as condições têm obrigação de lê-la em particular
para si mesmos e com as suas famílias, e para este fim as Santas Escrituras
devem ser traduzidas das línguas originais para as línguas vulgares.
Dt 17.18, 19; Is 34.16; Dt 6.6, 7; Sl 78.5, 6; 1Co 14.18, 19.
157. Como a Palavra de Deus deve ser lida?
As Santas Escrituras devem ser lidas com um alto e reverente respeito; com
firme persuasão de serem elas a própria Palavra de Deus e de que somente ele
pode habilitar-nos e entendê-las; com desejo de conhecer, crer e obedecer à
vontade de Deus nelas revelada; com diligência e atenção ao seu conteúdo e
propósito; com meditação, aplicação, abnegação e oração.
Sl 119.97; 1Ts 2.13; 2Pe 1.16-21; Sl 119.18; Lc 24.44-48; Tg 1.21.22; 1Pe 2.2;
At 17.11; At 8.30, 34; Mt 13.23; Sl 1.2; At 2.38, 39; 2Cr 34.21; Gl 1.15, 16; Sl
119.18.
158. Por quem a Palavra de Deus deve ser pregada?
A Palavra de Deus deve ser pregada somente por aqueles que têm dons
suficientes, e são devidamente aprovados e chamados para o ministério.
1Tm 3.2, 6; 2Tm 2.2; Ml 2.7; Rm 10.15; 1Co 12.28, 29; 1Tm 4.14.
159. Como a Palavra de Deus deve ser pregada por aqueles que para
isto são chamados?
Aqueles que são chamados a trabalhar no ministério da palavra devem pregar a
sã doutrina, diligentemente, em tempo e fora de tempo, claramente, não em
palavras persuasivas de humana sabedoria, mas em demonstração do Espírito de
Deus; sabiamente, adaptando-se às necessidades e às capacidades dos ouvintes;
zelosamente, com amor fervoroso para com Deus e para com as almas de seu
povo; sinceramente, tendo por alvo a glória de Deus e procurando converter,
edificar e salvar as almas.
Tt 2.1, 7, 8; At 18.25; 2Tm 4.2; 1Co 14.9; 1Co 2.4; Jr 23.28; 1Co 4.1, 2; At
20.27; Cl 1.28; 2Tm 2.15; 1Co 3.2; Hb 5.12-14; At 18.25; 2Tm 4.5; 2Co 5.13,
14; 2Co 3.12; 2Co 4.2; Jo 7.18; 1Co 9.19-22; 2Co 12.19; 1Tm 4.16; At 26.16-18.
160. Que se exige dos que ouvem a Palavra pregada?
Exige-se dos que ouvem a Palavra pregada que atendam a ela com diligência,
preparação e oração; que comparem com as Escrituras aquilo que ouvem; que
recebam a verdade com fé, amor, mansidão e prontidão de espírito, com a
palavra de Deus; que meditem nela e conversem a seu respeito uns com os
outros; que a escondam nos seus corações e produzam os devidos frutos em
suas vidas.
Lc 8.18; 1Pe 2.1, 2; Sl 119.18; At 17.11; Hb 4.12; 2Ts 2.10; Tg 1.21; At 17.11;
1Ts 2.13; Hb 2.1; Dt 6.6-7; Sl 119.11; Lc 8.15.